Mulheres ganham espaço e transformam o cenário da mineração no Brasil

As participantes do painel concordaram que, embora a mineração ainda enfrente muitos desafios para a inclusão feminina

BS COMUNICAÇÃO | Assessoria de Imprensa Expominério 2024

O setor de mineração, tradicionalmente dominado por homens, tem testemunhado uma transformação significativa com a crescente presença feminina em áreas-chave. Durante o painel “Mulheres na Mineração”, realizado recentemente, engenheiras, advogadas e líderes discutiram a importância da inclusão, os desafios enfrentados e as estratégias que adotaram para fortalecer a presença feminina na mineração.

A engenheira de minas, Daiana Araújo, destacou no painel que as mulheres ainda ocupam, majoritariamente dentro da mineração, posições relacionadas à sustentabilidade, geociências e direito. Para ela, embora as barreiras culturais e estereótipos de gênero ainda sejam uma realidade, a presença feminina tem crescido gradativamente no setor.

“No século XIX e início do século XX, muitas legislações proibiam a atuação feminina na mineração. Era comum ver mulheres apenas em áreas de suporte, como cozinha e limpeza”, relembra Daiana. Ela destacou que a partir da década de 1970, com os movimentos de igualdade de gênero, houve avanços significativos. Na década de 1990, políticas de inclusão e liderança feminina começaram a abrir novas portas.

Ainda assim, a engenheira pontua que o caminho é longo. Em 2023, as mulheres representam apenas 17% dos cargos na mineração brasileira, uma leve alta em relação a 2020, quando o percentual era de 13%. No entanto, o setor tem apresentado avanços, com um aumento na contratação feminina de 32% em 2022 para 43% em 2023. A engenheira acredita que políticas de incentivo e treinamentos são essenciais para que mais mulheres possam se destacar, ainda que o ambiente permaneça hostil e carregado de desafios, como a falta de infraestrutura adequada para mulheres.

Fernanda Duque, engenheira de minas da Aura Minerals, destacou os esforços da mineradora onde atua em promover a inclusão feminina. Segundo ela, 50% dos cargos gerenciais na Aura são ocupados por mulheres, um número acima da média do mercado.

“A Aura valoriza a meritocracia e oferece um ambiente onde me sinto respeitada e apoiada”, afirma Fernanda. Ela compartilhou momentos marcantes de sua carreira, como o primeiro desmonte que liderou, ressaltando a importância do suporte da empresa. Fernanda também mencionou as políticas de maternidade da Aura, que incluem licença estendida e uma estrutura acolhedora para mães retornando ao trabalho. Ela acredita que essas iniciativas são essenciais para atrair e reter talentos femininos em um setor tão desafiador.

A advogada em Direito Minerário, Clarissa Lopes, trouxe uma perspectiva sobre a importância da representatividade feminina nos espaços de poder. Ela relembrou que há alguns anos hesitava em se apresentar como advogada no setor de mineração. Clarissa enfatizou a importância das políticas afirmativas para garantir que mais mulheres alcancem posições de liderança e promovam mudanças estruturais.

“As mulheres estudam mais, se capacitam mais, mas ainda não ocupam 50% dos cargos de decisão. Precisamos abrir as portas para que essa mudança aconteça”, pontuou.

Também advogada em Direito da Mineração, Amanda Atena, compartilhou sua trajetória de superação em um setor predominantemente masculino. Filha de uma trabalhadora doméstica, Amanda ingressou na mineração ao se deparar com um caso em seu escritório de advocacia. Apesar das resistências e preconceitos, ela soube usar a inteligência emocional para conquistar respeito e construir uma carreira sólida.

Para Amanda, é fundamental que as mulheres aprendam a “jogar conforme as regras” e usem a empatia e resiliência para driblar obstáculos.

“A mulher tem uma inteligência emocional natural que pode ser um grande diferencial no ambiente de trabalho”.

As participantes do painel concordaram que, embora a mineração ainda enfrente muitos desafios para a inclusão feminina, iniciativas de formação, políticas de apoio à maternidade e mudanças culturais estão transformando o setor.

Sobre a Expominério

A Expominério 2024 encerra neste sábado (09.11), com horário para visitação das 8h às 20h, no Centro de Eventos do Pantanal, além de palestras e cursos. O evento conta com o patrocínio oficial do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat). Também tem patrocínio da Alpha Minerals e da Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin), Azevedo Sette Advogados, Nexa, Keystone, Aura Apoena, Rio Cabaçal Mineração, Ero Brasil Xavantina e Fomentas Mining Company.

O evento conta com apoio institucional da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Grupo de Trabalho da Mineração da ALMT, Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM), Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Núcleo de Mineração da USP (Nap.Mineração), Câmara de Comércio Brasil-Canadá, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Abrasel.

Compartilhe a postagem:
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

Postagens relacionadas

pt_BRPortuguese